Simples(mente)

 

Te propus um caminhar

Depois de ouvir uma história explicar

Sobre duas vidas a convergir sentimentos

Promessas de garotos na esperança de um pertencimento

Um sorriso seu esboçou a arte

Armas que deixei para trás na busca da coragem

De um dia amanhecer ao teu lado e ao teu cabelo esvoaçado

Na cumplicidade de um silêncio, êxtase de namorados

A vida eu levei na foice e no martelo

Da vida recebi fragmentos que não mais quero

Da Criação à Ilusão, meus credos eu perdi

A cada lágrima solitária de um dilúvio que não resolvi

Corri o mundo e ouvi conselhos para expurgar a culpa

Enfrentei o calor e o frio, no medo que não se desculpa

Incompreendido no deserto de minha loucura eu escrevi

Um Diário Crônico na fugacidade do por vir

Posso simplesmente descrever toda a epopeia que guerreei

Discorrer tua feminilidade a qual não mensurei

Posso simplesmente ser o acorde de um violão velho e abandonado

Ser a rendição anunciada de um amor aguardado

Tua Eva fez o viver ser mais extenso

Tua Eva ofertou a mim o acolhimento

Atrevo-me a deixar nos versos a intimidade que abraçava

Pois na saudade que me restou, um altar contigo é o que eu esperava