Contagem


 
Uma gota de água da chuva
Tempestade no rio de caudalosas curvas
Quedas líquidas que surgem nas rochas pedras
Montanhas longe de se ver
 
Uma gota de água da chuva
Lágrima descendo junto ao peito quieto
Palpitação estrondosa em um silêncio manso
Orgulho íngreme que me impede de lhe ver
 
Uma gota de água da chuva
Pão na mesa que migalha não sobra
Fome que fica e assombra
Saciedade de uma saudade que não se esqueceu
 
Uma gota de água da chuva
Notas que dedilho ao violão meu
Música que trilha o quanto é o sofreu
De dias esperando a tarde mais uma vez esquentar
 
Uma gota de água da chuva
Vazamento no teto de minha solidão
Expressão que se cuida de mostrar o quão
Ser o ontem melhor que hoje enquanto amanhã não for
 
Uma gota de água da chuva
Uma gota do meu suor que pura
A inocência de ainda esperar e dizer
O quanto eu queria que a chuva fosse você



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